Laura Belém é artista plástica e trabalha com uma variedade de linguagens, tais como escultura, instalação, som, vídeo, fotografia e desenho. O seu trabalho e performance centram-se em temas como narrativas de memória, deslocamento, transigência e efemeridade, onde o espaço, o tempo, o espectador e a obra entram em diálogo. Grande parte de sua poética é motivada pelo contexto ou pelas especificidades do local onde expõe. Suas obras habitam uma zona conceitual que mescla o entorno ao poético e ao político, numa apropriação e livre ressignificação de temas como natureza, cotidiano, história e arquitetura.
Ela apresenta no Rosewood São Paulo a obra: Hotel de Lux, poema visual, 2022-23, com a colaboração do Daniel Antônio
“Não há imagem, existem apenas relações entre as imagens." - Jean-Luc Godard
Hotel de Lux, poema visual é um projeto especialmente concebido para o 8º andar da Torre Mata Atlântica do Rosewood São Paulo. Trata-se de uma intervenção com 12 letreiros em neon inéditos e concebidos para o local. Cada letreiro tem também a sua autonomia e pode ser exposto separadamente nas edições posteriores à instalação no hotel, uma vez que cada um deles constitui um poema visual em si. Os letreiros trazem frases que dialogam com a natureza, a presença humana e a cultura, a arquitetura e o mimetismo da paisagem, a viagem e o deslocamento, a história, a memória e seu apagamento, e o tempo - passado, presente e futuro. Os neons trazem a luz da cidade e dos anúncios (de cinemas, lojas etc.) para o espaço interior, fazendo uma ponte entre o dentro e o fora, e entre o sonho e a realidade. A obra traça pontes entre esses múltiplos conceitos e não se encerra em nenhum deles, oferecendo, assim, espaço para a projeção de outras leituras e interpretações.
O título Hotel de Lux, poema visual cria uma metonímia, uma figura de linguagem que pontua o Corredor do 8º andar da Torre Mata Atlântica como um espaço ou ambiente dentro de outro, apresentando-se como um hotel imaginário dentro do hotel real, à medida que lança mão da arte como uma metáfora, ficção ou artifício para a projeção de novas narrativas e significados. A obra estimula vistas e pontos de vista em diálogo dinâmico com o projeto arquitetônico de Jean Nouvel, com os materiais utilizados, os jardins suspensos e a forte presença da natureza; com o seu jogo de luz e sombras, e com a topografia orgânica. A palavra "Lux" vem do latim e significa literalmente luz. Com a criação desse espaço imaginário e campo poético, a obra Hotel de Lux, poema visual explora a materialidade e imaterialidade da palavra e da imagem, e oferece aos visitantes, que irão encontrar na intervenção com os neons uma porta de entrada para a projeção de novas percepções, fantasias e sentidos únicos de presença.
Ela está representada pela Galeria Athena – https://galeriaathena.com/ – Rio de Janeiro.